28 de jul. de 2012

Crítica: Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge - The Dark Knight Rises

Posted by Thaís Colacino On 09:58 1 comentários




Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises, TDKR, 164 min, 2012) é a parte final de uma trilogia perfeita mesmo com algumas imperfeições. Enquanto o primeiro, Batman Begins, falava sobre medo e sua superação, O Cavaleiro das Trevas sobre a queda e a moral, este terceiro foca no espírito e na redenção. Nolan completa uma trilogia à altura do personagem que apresenta: mais que uma obra passageira do cinema, virou um símbolo e inspiração.

TDKR começa oito anos depois aos os incidentes do último filme. Gotham está praticamente erradicada da criminalidade (o que explica porque o prefeito continua sendo eleito), após a aprovação do Ato Dent. Mas logo novas ameaças chegam, explicando a paranoia do comissário Gordon: Selina Kyle faz roubos por toda a cidade e a aparição do mercenário Bane.




O filme começa com a apresentação do novo vilão, Bane (Tom Hardy), e fica claro porque ele é uma ameaça. Sua aparência pode ser intimidadora, mas além da força e velocidade incomuns, há o cérebro que rivaliza com o do morcego em inteligência e piadinhas sarcásticas. A máscara tem sua utilidade explicada e exige que Hardy utilize outros meios para interpretar, uma vez eu a boca está coberta, e ele contorna tal problema extremamente bem: utiliza os olhos para impor medo ou demonstrar desprezo, e também o corpo para intimidar. Apesar das alterações feitas para que a voz ficasse mais clara, a voz soa muito artificial e amplificada, mas sempre com um sotaque bem carregado.



O problema de TDKR são os diversos personagens, novos e antigos e suas tramas e subtramas, por vezes desnecessárias, que fazem com que muito do filme seja suposto pelo espectador e algumas conveniências, como o Batman estar no lugar certo na hora certa, soem forçadas para que tudo se encaixe perfeitamente.

O maior desenvolvimento fica por conta do novo – e essencial – personagem, John Blake (Joseph Gordon-Levitt), que demonstra não só uma inteligência excepcional já nos primeiros minutos, mas fé no que é certo e na figura de Batman. Selina Kyle (Anne Hathaway) encarna uma sensual, inteligente e dúbia mulher-gato, cheia de gracinhas, que sabe se defender e utilizar todos os recursos que tem. A última nova adição, Miranda Tate (Marion Cotillard), infelizmente só mostra a que veio no fim da trama, e tem uma atuação empalidecida pela dos outros.


Dos conhecidos personagens dos filmes anteriores, temos sempre que destacar Christian Bale, que imerge em seus personagens até fisicamente, como em tantos trabalhos, mostrando um Bruce Wayne fragilizado, magro e desalinhado no começo do longa, mas tentando voltar à velha forma no decorrer. Mesmo com o uniforme, ele consegue passar todo o cansaço que sente, principalmente perante a Bane. Morgan Freeman continua como o gênio piadista Lucius Fox em participação mais restrita, e Gary Oldman traz todo o cansaço e convicção do Comissionário Gordon, além de uma paranoia constante e uma luta interna contra o que é certo e a verdade. Há também a divertida aparição de um vilão anterior, “juiz” de certo tribunal, que mostra bem como a loucura se espalha pela cidade.

Mas é na figura de Alfred (Michael Caine) que residem os principais momentos emotivos do filme. Cansado da tragédia que parece perseguir os Wayne, implora para seu amado mestre, que é praticamente seu filho de criação, que aposente a capa e tenha uma vida feliz, como já disse nos filmes anteriores.

TDKR chega a ser um pouco previsível, mas isso se deve à escolha do vilão: enquanto em Cavaleiro das Trevas os planos do Coringa existiam sem um padrão a ser seguido, Bane é extremamente metódico e calculista, preparando-se com meses de antecedência. Porém, se o Coringa trazia o caos para testar a moral das pessoas, Bane traz a anarquia para quebrar os espíritos dos cidadãos em uma vingança disfarçada de ideologia e fanatismo e que finge dar uma esperança obviamente inexistente.



Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge completa a bela e sombria trilogia criada por Christopher Nolan não só de forma satisfatória, mas inteligente, resolvendo diversas pontas deixadas nos filmes anteriores e sempre a eles recorrendo, mostrando uma história com começo, meio e fim. Mas é um final que também deixa pontas para próximos filmes e para a imaginação do espectador, que com certeza termina o longa desejando que não fosse o fim.



 


Mais sobre o Morcego:

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1 comentários:

Parabéns pela crítica. Escrevi um em meu blog.

‘Batman Ressurge’ é um épico recheado de cenas de ação, diálogos inteligentes, referências aos quadrinhos, história bem encadeada com os filmes anteriores, atuações excepcionais (onde destoa apenas a caricata Marion Cotillard que interpreta Miranda Tate), várias respostas e algumas perguntas. Superior a quase totalidade de filmes baseados em quadrinhos que desde o começo da década de 90, e com mais vigor na década passada, invadem os cinemas. Deixa o bom, ‘Vingadores’ envergonhado. Ensina a Zack Snyder (‘Watchmen’) a como dar tons reais a um mundo de fantasia e lobotomiza das nossas mentes o estupro praticado por Joel Schumacher e Gorge Clooney e sua armadura com mamilos e o batcartão de crédito.

Crítica completa em: http://amahet.blogspot.com.br/2012/08/batman-dark-knight-rises-conlusao-de-um.html

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