24 de jun. de 2012

Crítica: Sombras da Noite

Posted by Thaís Colacino On 00:34 1 comentários

Sombras da Noite (113 min, 2012) tem elementos típicos de um filme de Tim Burton: o visual magnífico e soturno está lá, com pitadas de cores que ainda assim remetem ao estilo do diretor, os personagens que se destacam dos demais por não se encaixarem na sociedade e seus atores favoritos: Johnny Depp, na oitava colaboração com o diretor, e Helena Bonham Carter, esposa de Burton. Mas possuir esses elementos mais alguns atores talentosos não garante que o filme funcione por completo.

A história do filme começa com a bruxa Angelique (Eva Green) colocando uma maldição na família Collins e transformando Barnabas em um vampiro após ser usada e rejeitada por ele. Dois séculos depois ele é libertado e tenta colocar ordem e reerguer o que restou da família dele.

Depp está, como sempre, à vontade na direção de Burton e no papel de um ser esquisito (o que nos leva a pensar que talvez ele seja de fato esquisito na vida real). Os trejeitos e maneira de falar de Barnabas são engraçados e antiquados, e a perplexidade com as tecnologias, luzes e tudo mais dos anos 70 são motivos de boas risadas e de uma ótima performance do ator. Cenas em que ele precisa mostrar-se temível e dúbio em comportamento também são dignas de nota. O problema chega ao fim do filme, em que Depp mostra uma atuação fria, principalmente quando algo maligno vai acontecer e ele "implora" com um quieto "por favor, não", sem nenhuma emoção. Além disso, é difícil identificar-se com o personagem ou mesmo gostar ou não dele.

A ambientação visual está, como sempre, impecável: o figurino é excelente, as cores que rementem aos anos 70, as bandas famosas da época, os desenhos, os carros... Mas "Alice no país das Maravilhas" também tinha um lindo visual e isso não é suficiente para segurar o filme, é preciso de uma história concisa e um bom desenvolvimento de personagens. Infelizmente, isso não ocorre plenamente.

Desde o começo, outro integrante da família Collins mostra uma peculiaridade. Perto do fim do filme, que parece ser a parte mais problemática, vários outros problemas são mostrados, mas sem serem devidamente introduzidos antes ou com cenas que antecedem e não fazem sentido. Por que Carolyn (a talentosa Chloë Grace Moretz) fechou a porta da casa? Ficar sozinha não era uma opção naquele momento!

Outra coisa que não fica clara é a devoção de Barnabas pelo interesse amoroso dele. A lembrança de algo que foi forte é mesmo suficiente para tamanha paixão? Muitas perguntas ficam sem resposta e, sinceramente, o filme não faz o espectador ter vontade de procurar respondê-las. Com um final que dá abertura para uma continuação, Sombras da Noite não tem altos e baixos, é sempre morno, com algumas boas tiradas, mas que cabe melhor no gênero "dramédia".

1 comentários:

Ahh achei o filme tão bom =)
Mas ta valendo.

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