23 de fev. de 2012

Era uma vez: A menina que roubava livros

Posted by Fátima Leite On 22:08 0 comentários

Narrada pela morte, a qual observava atentamente todos os acontecimentos durante o período nazista, a história discorre em torno da menina Liesel, que ainda criança e vivenciando todos os aspectos negativos e toda a violência decorrente da guerra, encontra refúgio nas palavras e na leitura.

As primeiras decepções de Liesel foram perder seu irmão e se ver separada de seus verdadeiros pais. Começar uma nova vida em um lugar totalmente desconhecido e com pessoas estranhas não era nada fácil, fato que ao decorrer do tempo com o amor da nova família seria totalmente revertido.


Especialmente encantada por seu novo pai, Hans Hubermann, que com seu olhar acinzentado e todo seu carinho e companheirismo, a cativou rapidamente. Havia outros pontos em Hans que fazia com que Liesel se sentisse cativada como toda a bondade do pintor que a ensinou a ler, um dos aprendizados mais importantes que teve na infância, era fascinante. E foi deste aprendizado, que a garota se iniciou no crime de roubar livros.
Em uma dura rotina em que precisava ajudar a mãe Rosa a recolher as roupas dos clientes para lavar, logo conheceu Ilsa, também cliente, que abriu a porta de sua casa e de sua extensa biblioteca para a garota e criou nela uma torina de leitura diária. Quando vieram os tempos de crises e Ilsa se viu obrigada a cancelar os serviços que Rosa lhe prestara, a garota não recebeu a notícia de forma amena. Apenas recusou o livro que lhe fora oferecido como presente e...

Como toda criança, Liesel tinha um melhor amigo e companheiro, andavam juntos para todao lado. Rudy não a tinha somente como amiga, gostava da garota e em toda sua vida, seu maior desafio seria roubar-lhe um beijo. Brincavam de futebol, roubavam frutas, e em suas aventuras sempre se divertiam e muitas vezes aprontavam. Existia um segredo que Liesel guardava de Rudy, era o judeu que passou a viver no porão de sua casa. Sua vinda chegou junto com uma imposição de de Hans e Rosa, jamais contar a ninguém que estavam escondendo o rapaz no porão.


Havia algo que Liesel não escondera de Rudy, até porque logo ele se juntaria e passaria a fazer parte dos furtos de livros no interior da casa Ilsa, mas é claro que para o garoto existia mais interesse em roubar alimentos, - eles pertenciam a um bairro pobre e como todas a outras famílias dali, comiam apenas o suficiente para saciar a necessidade - para ele não haveria nenhum proveito no livro, o ato serviria apenas para o contentamento da amiga.

Com Max Liesel também se aventurou nas conversas que tinham no porão. Era ela que continuava a dar um sopro de vida ao judeu que vivia em um porão frio, sem poder olhar para a luz do dia e atormentado pelo medo do que podia acontecer a qualquer instante, além do risco em que punha a família que o abrigara. Mas as vezes as pessoas que estão mais próximas da morte se escondem melhor do que outros.


Em todos os momentos, Liesel era alimentada pelas histórias dos livros, não podia viver sem eles. E a morte a acompanhava paralelamente, levava pessoas a sua volta. Sabia que um dia a levaria também.


O livro, que é bem mais contagioso do que a descrição acima, além de bem escrito, apreende o leitor a cada virar de páginas, contando fatos e juntando detalhes de uma vida em meio a uma guerra. Marcus Zuzak consegue despertar o interesse, e sem usar o suspense, trunfo de muitas obras, consegue embelezar a história e transforma o desfecho em uma realidade dura mas com o brilho de reencontros.
 
                                      

 

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