30 de jan. de 2012

Perdidos no Espaço da TV: American Horror Story

Posted by Bueno Neto On 21:51 0 comentários


A mansão mede 15 mil m², é em Los Angeles, tem seis quartos e cinco banheiros. O teto é bordado com prata e ouro e tem espelhos e luminárias com cristais da Tiffany. A lei obriga a corretora a relatar incidentes violentos na casa nos últimos três anos: um casal de homossexuais que cometeu suicídio na residência ! Com uma apresentação dessas e um valor muito baixo para uma casa desse porte,  a casa torna o local perfeito para uma família que pretende deixar seus problemas pra trás e recomeçar em uma nova cidade. É assim que Familia Harmon acaba se mudando de Boston para Los Angeles depois que a esposa Vivien (Connie Britton) sofre um aborto e seu marido psiquiatra Ben (Dylan McDermott) tem um caso extraconjugal - um reinício para o casal mas que contraria a filha Violet (Taissa Farmiga).

A corretora fez bem o que a lei mandava, só omitiu os históricos de terror, assassinatos e lendas urbanas que envolvem a mansão com o sobrenatural e que de imediato vão se fazendo sentir pela família e assim, com clima sombrio e de mistério, começa uma verdadeira historia de horror.

Criada e produzida por Ryan Murphy e Brad Falchuk, a série traz uma mistura de horror pessoal centrada na família com seus problemas e dramas que se intercala e ganha nova direção ao se misturar com o sobrenatural que envolve a mansão. Inclusive, a mansão é um personagem a parte, a própria casa parece ter sua personalidade que divide com os moradores, que vão muito além dos novos proprietários da casa: antigos residentes que estão perambulando por seus quartos, sótão e porão por muito tempo, cada um com sua própria historia de horror, que continuam pelo ambiente, seja pra criar novos horrores ou reviver suas vidas inacabadas, até mesmo para satisfazer antigas compulsões ou fanatismos.

O mistério permeia a série desde seu primeiro episódio. Pode-se sentir a tensão no ambiente, pela iluminação sombria com luzes indiretas, janelas envoltas em cortinas densas que geram até um clima claustrofóbico. Conforme a trama vai se desenvolvendo, descobrimos o porque os produtores resolveram deixar este clima. O desconforto sentindo pelos Harmon vai além do ambiente sinistro: há a vizinha Constance, que aparece incomodamente sem avisar e parece compartilhar segredos e uma história própria com a casa, que ela não divide; a filha dela, com síndrome de down que invade a casa não importando se a fechadura é trocada; os próprios pacientes de Ben ( que atende na própria casa) acabam se misturando com o clima e mistérios, como Tate Langdon (Evan Peters) possivelmente psicótico, tem um grande interesse em Violet; ou mesma a doce e idosa governanta que insistiu em ser recontratada dizendo já morar e trabalhar para outros donos que a casa teve - alguns a veem como idosa mas outras como bela e jovem ruiva, pura luxúria com uniforme fetichista.

Essa é o tipo de série que qualquer comentário mais profundo acaba revelando grandes acontecimentos e estragando-a. Metade da diversão está nas surpresas que escondem a casa e a outra metade está nas reviravoltas da trama. Mesmo que o último episódio não tenha sido tão bom quanto todo desenvolvimento da serie, todos outros episódios compensam em  roteiro e ambientação. American Horror Story é uma série que não se pauta, em sustos mas no mais puro suspense!

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