28 de jan. de 2012

Crítica: Millenium - Os homens que não amavam as mulheres

Posted by Thaís Colacino On 15:39 0 comentários

O remake e adaptação da bem-sucedida série literária Millenium finalmente estreou nos cinemas. Antecipamos em nossa primeira edição (págs 28 a 35) as expectativas de críticos sobre o filme, e devo dizer, elas foram atendidas. Sombrio, sufocante, forte e muito bem dirigido e atuado, Millenium é, como os produtores tinham anunciado, o "feel bad movie" da temporada.

Quase completamente fiel (pouca coisa e alterada, provavelmente para aliviar o orçamento) ao livro, o filme começa igualmente mostrando o início de todo o suspense das flores enquadradas. Depois, a abertura, extasiante (vide abaixo), com a música adaptada do Led Zeppelin, The Immigrant Song, dando bem o tom do que devemos esperar no filme e também mostrando o íntimo da personagem principal, Lisbeth.



Rooney Mara faz por merecer a indicação ao Oscar: Lisbeth está perfeitamente representada, seja em suas diversas tatuagens e piercings, a vontade de fazer contato com alguém que não a machuque (é possível ver nos olhos da atriz tal coisa), o desprezo que sente por tantas pessoas que tentam tirar proveito dela, e a força dela, vista em, bem, sem spoilers! Só posso dizer uma coisa: Lisbeth não é boazinha, porque nunca foram com ela. "O mal com o mal será combatido" nunca esteve tão bem representado. Daniel Craig também tem atuação muito boa. Deixando de lado James Bond, mostra fragilidade, medo e determinação como o jornalista Mikael Blomkvist (além de um jeito peculiar de usar óculos e de nomear gatos). 

Diferente da maioria dos remakes de Hollywood, Millenium continua ambientando a trama na Suécia, e talvez por isso tenha dado certo (Akira, essa foi pra você). Há poucas palavras em sueco, mas a cidade está lá, com trens, muito gelo e muita bebida. O cenário por si só, além do clima, remete ao frio e à impessoalidade, que é bem retratado ao longo do filme. Outra coisa interessante são as casas da ilha, distantes para uma família, cada uma mostrando um pouco da personalidade de cada morador.

Começando com tramas alternadas para depois juntar os personagens principais em um divertido encontro (para a plateia, obviamente), o filme não deixa pontas soltas nem atropela o final, fazendo com que tanto os personagens como os espectadores cheguem a mesma conclusão ao mesmo tempo. Apesar de ser um filme adulto, com tema forte e algumas cenas (que mais deixam implícito, mas estão lá), Millenium conseguiu sucesso nos EUA, o que provavelmente dará luz verde para os outros dois filmes. Estamos torcendo!

Adendo: A trilha sonora deveria ter sido indicada ao Oscar. Trent Reznor faz um ótimo trabalho misturando suspense e notas infantis, que muitas vezes dão mais medo que as cenas que presenciamos. E também há uma homenagem à banda de Trent, Nine Inch Nails. Reparem na blusa do hacker "amigo" de Lisbeth.


0 comentários:

Postar um comentário